terça-feira, 26 de abril de 2011

A ERA DO DESCARTÁVEL

Estamos vivendo plenamente a era do descartável. Não apenas as embalagens dos alimentos e das bebidas, os utensílios da cozinha e da copa, os móveis domésticos, as vestimentas, as seringas, instrumentos hospitalares, os aparelhos de telefonia celular e fixo, os eletrodomésticos, os eletroeletrônicos, os carros usados, mas também nós, os seres humanos estamos sendo descartados. Em conseqüência desta tresloucada mania do consumo, que tomou conta da sociedade nesta era pós-moderna o Planeta Terra, o nosso habitat, também está sendo descartado. Tudo por conta dos ditames do modernismo que assola a geração mais jovem, a qual tem os adultos da geração precedente, principalmente os pais e professores, na conta de quadrados, apelido com tom de zombaria.
A indústria do descartável veio ocupar o seu lugar na história, para estender ou dar continuidade aos períodos da industrialização clássica e neoclássica, a partir do século XVIII, sempre procurando atender a demanda da população, cada vez mais ávida por consumir tudo que lhe proporciona qualquer tipo de conforto, prazer e bem estar, custe o que custar.
A indústria sempre foi uma atividade própria do homem, desde os tempos mais remotos. Entretanto, podemos dizer que, antes da industrialização desenfreada, o homem construía os seus bens utilizando as próprias mãos; era a forma artesanal, aquela que mais respeita a Natureza. É claro que o aumento da população mundial trouxe em contrapartida a necessidade do desenvolvimento industrial no mesmo ritmo, a fim de produzir em massa tudo que a sociedade necessita ou deseja, importando-se mais com a quantidade do que com a qualidade, e o que é pior: nada se importando com a sustentabilidade do meio ambiente.
A indústria do descartável veio aumentar os problemas ambientais de forma assustadora. Se por um lado, na fabricação, retira-se da Natureza a matéria prima, em quantidade excessiva, chegando-se à exaustão, por outro lado, o fato de se tratar de descartável leva a sociedade ao consumo desenfreado, e o descarte irresponsável é a causa do problema mais grave da atualidade: a poluição ambiental, que está ameaçando levar a humanidade e toda a Biodiversidade a um fim catastrófico. O nome descartável jamais deveria ter sido “inventado” para incentivar as gerações pós-modernas à prática verdadeiramente nociva do desperdício desregrado. É lamentável saber que mesmo depois de o mundo conhecer e conviver com um sábio da qualidade de Antoine Lavoisier (1743-1794), o químico francês que pronunciou a frase que o imortalizou: “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, o qual viveu justamente na época em que iniciou a Revolução Industrial não tenha aprendido a lição que encerra esta frase. Se ela fosse observada pela sociedade, não só de seu país, mas de todo o mundo, a palavra descartável seria substituída por reciclável ou reaproveitável. Que a era do descartável seja erradicada do nosso planeta, e que possa ser substituída por algum movimento mais inteligente e benéfico a todos nós.

(Publicado no Boletim da Igreja Presbiteriana Brilho Celeste, de Gov. Valadares-MG, em 16/02/2011)

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