segunda-feira, 30 de julho de 2012

O EUCALIPTO NO MERCADO DO CARBONO

É simplesmente fantástico o que as florestas de Eucalipto representam para as indústrias de celulose. Além da matéria prima para fabricação do papel, elas podem ainda oferecer grandes vantagens financeiras no  mercado do sequestro de carbono, um novo e promissor (agro)negócio entre entidades e países, preocupados com os graves problemas ambientais - efeito estufa e outros mais - que ameaçam o futuro do planeta terra.
Veja o artigo a seguir, extraído do site http://www.terra.com.br/ :

       O lobby do eucalipto


Setor de papel e celulose defende inclusão das florestas já existentes no mercado de sequestro de carbono

Por Rosenildo Gomes FERREIRA

ELIZABETH, PRESIDENTE :

No Brasil, poucos setores são tão competitivos quanto o de papel e celulose. A combinação de melhoramento genético e clima favorável ajuda a explicar por que uma árvore de euclipto atinge o ponto de corte em apenas sete anos - no restante do mundo, a média é de pelo menos o dobro desse período.

Do ponto de vista do combate ao aquecimento global, essa equação faz toda a diferença. Afinal, cada árvore dessa espécie é capaz de sequestrar nada menos que 200 toneladas de dióxido de carbono (CO2), um dos principais vilões do chamado efeito estufa, durante seu ciclo de vida.

Como o crescimento por aqui se dá em tempo menor, o ganho ambiental, logicamente, é maior. Ocorre que isso não gera um tostão sequer para as empresas, já que as florestas plantadas antes da vigência do Protocolo de Kyoto não foram incluídas na lista de projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Para mudar esse quadro, as 220 empresas do segmento, representadas pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), decidiram se unir em um gigantesco lobby na Conferência do Clima de Copenhague (COP15), que acontece entre 7 e 18 de dezembro na capital da Dinamarca.

Os recursos provenientes do MDL são vistos como importantes para acelerar os planos para implantação de novas áreas florestais por empresas como Suzano e Fibria (resultado da fusão da Votorantim Papel e Celulose da Aracruz). A Bracelpa não fala em valores.

Contudo, se levarmos em conta a cotação máxima do crédito de carbono vinculado ao MDL, US $ 34 por tonelada, é fácil perceber que se trata de uma bolada expressiva. As fabricantes de papel dispõem de dois milhões de hectares plantados, além de outros 2,9 milhões de hectares de matas nativas.

Hoje, a única alternativa do setor é tentar vender os créditos referentes a essas áreas na Bolsa de Carbono de Chicago, onde a cotação está em US$ 5 por tonelada. "A falta de regulamentação faz com que não haja interesse por parte dos investidores nem dos países que precisam compensar suas emissões", afirma Elizabeth Carvalhaes, presidente da Bracelpa.

Segundo ela, os recursos provenientes do MDL seriam empregados majoritariamente na expansão dos estoques de madeira reflorestada. A meta é ampliar em 25%, para 2,5 milhões de hectares, a cultura de eucalipto e pínus até 2018 .



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