MEIO AMBIENTE
A Era
do Descartável
Estamos vivendo plenamente a era do descartável. Não apenas as
embalagens dos alimentos e das bebidas, os utensílios da cozinha e da copa, os
móveis domésticos, as vestimentas, as seringas, instrumentos hospitalares, os
aparelhos de telefonia celular e fixo, os eletrodomésticos, os eletroeletrônicos,
os carros usados, mas também nós, os
seres humanos estamos sendo descartados. Em conseqüência desta tresloucada
mania do consumo, que tomou conta da sociedade nesta era pós-moderna o Planeta
Terra, o nosso habitat natural, também está sendo descartado. Tudo por conta dos
ditames do modernismo globalizado que assola a geração mais jovem, a qual tem
os adultos da geração precedente, principalmente os pais e professores, na conta
de quadrados, apelido com tom de zombaria.
A indústria do descartável
veio ocupar o seu lugar na história, para estender ou dar continuidade aos períodos da industrialização
clássica e neoclássica, a partir do século XVIII, sempre procurando atender a
demanda da população, cada vez mais ávida por consumir tudo que lhe proporciona
qualquer tipo de conforto, prazer e bem
estar, custe o que custar.
A indústria sempre foi uma
atividade própria do homem, desde os tempos mais remotos. Entretanto, podemos
dizer que, antes da industrialização desenfreada, o homem construía os seus
bens utilizando as próprias mãos; era a forma artesanal, aquela que mais respeita
a Natureza. É claro que o aumento da população mundial trouxe em contrapartida a
necessidade do desenvolvimento industrial no mesmo ritmo, a fim de produzir em
massa tudo que a sociedade necessita ou deseja, importando-se mais com a quantidade
do que com a qualidade, e o que é pior: nada se importando com a
sustentabilidade ambiental.
A indústria do descartável
veio aumentar os problemas ambientais de forma assustadora. Se por um lado, na fabricação, retira-se da
Natureza a matéria prima, em quantidade excessiva, chegando-se à exaustão, por
outro lado, o fato de se tratar de descartável leva a sociedade ao consumo
desenfreado, e o descarte irresponsável é a causa do problema mais grave da
atualidade: a poluição ambiental, que está ameaçando levar a humanidade e a Biodiversidade do Planeta terra a um fim
catastrófico. O nome descartável jamais
deveria ter sido “inventado” para incentivar as gerações pós-modernas à prática verdadeiramente nociva do desperdício
desregrado. É lamentável saber que mesmo depois de o mundo conhecer e conviver
com um sábio da qualidade de Antoine Lavoisier (1743-1794), o químico francês que
pronunciou a frase que o imortalizou: “Na Natureza nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma”, o qual viveu justamente na época em que iniciou a Revolução
Industrial, não tenha aprendido a lição que encerra esta frase. Se ela fosse observada
pela sociedade, não só de seu país, mas de todo o mundo, a palavra descartável
seria substituída por reciclável
ou reaproveitável. Que a era do descartável possa ser erradicada da nossa história, e que seja
substituída por algum movimento mais inteligente e benéfico a todos nós, como
por exemplo, a era da sustentabilidade. Francisco Machado
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