quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

LIXO HOSPITALAR - O GRANDE PROBLEMA


LIXO PERIGOSO

Técnicas de tratamento ajudam a solucionar o problema do acúmulo de lixo nas grandes cidades. Segundo a Associação Brasileira da Engenharia Sanitária, ABES, o Brasil gasta, por ano, cerca de 2,5 bilhões de dólares no tratamento de doenças causadas pela falta de saneamento. Além disso, as péssimas condições dos sistemas de água, lixo e esgoto são responsáveis por 80% das doenças que afetam a população, e por 65% das internações hospitalares de crianças. Assim, é fácil perceber que a saúde começa pelo saneamento básico, por mais elevados que sejam os custos.
O grande problema é que a maior parte dos municípios brasileiros não assimilou o lixo urbano como questão fundamental de saneamento básico. Os resíduos sólidos urbanos são vistos apenas como um problema associado à limpeza pública. Quase todo o esgoro sanitário do Brasil (92%) é jogado, sem tratamento, nos rios e cerca de trinta milhões de brasileiros não têm acesso a sistemas de água tratada.
Mas, mesmo com todas as limitações e deficiências do saneamento básico do Brasil, pelo menos água e esgoto já constam como problemas de saneamento, enquanto que os resíduos sólidos somente agora começam a causar interesse e preocupação. "A falta de uma política nacional integrada de Saúde Pública e Saneamento, que considere também os resíduos urbanos, além de propiciar o retorno de doenças medievais, tem provocado repercussões trágicas na vida nacional, com o alto índice de mortalidade infantil", alerta o Dr. Nelson Roberto Amanthea.
O lixo nosso de cada dia

O Brasil produz, diariamente, cerca de 242 mil toneladas de lixo contendo 60% a 75% de matéria orgânica putrescível, fonte de poluição e proliferação de vetores. Desse total, mais de 180 mil toneladas são jogadas - sem qualquer cuidado - em lixeiras, lixões ou vazadouros. Dos 4.425 municípios pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no período de 1989 a 1990, 86,4% foi depositado a céu aberto, onde também é jogado o lixo hospitalar.
Cinqüenta e cinco por cento dos municípios pesquisados não coletam o lixo hospitalar e os 43,2% que o fazem, terminam depositando-o nos lixões. Embora não haja uma pesquisa científica que quantifique a contribuição dos resíduos gerados nos hospitais para o aumento da infecção hospitalar no Brasil, sabe-se que são altos os índices de óbitos provocados por esse problema. A ABTN - Associação Brasileira de Normas Técnicas - publicou uma série de normas para conceituar e denominar os resíduos sólidos gerados em hospitais, laboratórios, clínicas e outros serviços de saúde. O objetivo é facilitar a classificação, a separação e o destino do material a partir de seu conhecimento.
Uma importante determinação foi o emprego do termo "Resíduos de Serviço de Saúde" (RSS) para tudo o que "sobrar" - sólidos, líquidos e semi-sólidos - de algum estabelecimento de saúde, hospitais, farmácias, laboratórios, instituições de ensino e pesquisa, ente outros. Além disso, a idéia inicial de se criar um Serviço de Saúde totalmente planejado para o lixo, também cresceu: pensa-se na criação de um Sistema Municipal de Resíduos de Serviços de Saúde, para que todo o material recolhido tenha destinação correta e seja tratado além das paredes de um hospital.

Tratamento

Os resíduos de serviços de saúde têm chamado a atenção das autoridades e da população em geral, principalmente pelos riscos de contaminação que ele representa. Embora nem todo o lixo seja ligado às doenças infecciosas, ele pode se tornar o habitat ideal para o desenvolvimento de uma colônia de bactérias. Estudos sobre o lixo brasileiro concluem que os chamados "lixões", que abrigam abrigam resíduos hospitalares e domésticos, sem qualquer controlo sanitário, aumentam a possibilidade da presença de agentes infecciosos. Além da facilidade de contágio, por manipulação, o lixão, mais do que o aterro sanitário, também possibilita uma sobrevida maior de alguns agentes patogênicos. Alguns princípios básicos amenizaram esse quadro.
1 Os resíduos devem ser separados na origem, no momento em que forem produzidos.
2 O gerador do resíduo é quem melhor o conhece, sendo, por isso, o mais apto a a classificá-lo.
3 Quanto maior o conhecimento técnico sobre cada tipo de resíduo, mais objetivas e econômicas serão as soluções em todas as fases do processo.
4 Estabelecidos os conceitos, novos materiais, técnicas, equipamntos e procedimentos poderão ser desenvolvidos, adaptados ou melhor empregados, quando previamente estabelecidos de acordo com a realidade de cada região.
É importante que toda a comunidade e os órgãos públicos responsáveis se unam a fim de estabelecer metas para o tratamento do lixo. O primeiro passo é um projeto de engenharia que determine todas as suas etapas, da coleta aos sistemas de tratamento. Um sistema municipal de tratamento deve compreender desde a caracterização dos resíduos, ao manuseio, armazenamento, acondicionamento, transporte, tratamento e destinação final.
(Transcrito da revista "Vida e Saúde" de fevereiro de 1996)
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Comentário

1°) Trata-se de uma matéria publicada há mais de dez anos. Entretanto, a situação ainda hoje, ao que tudo indica, permanece quase a mesma. Ainda que tenha havido algum progresso com os sistemas de serviços criados na área de saúde, lamentavelmente o que podemos constatar é um aumento desproporcional na produção desses perigosos resíduos hospitalares, o que tem dificultado a ação das autoridades na solução do problema.
2°) O mesmo acontece com referência ao lixo urbano. O único progresso que podemos verificar neste setor é o esforço insano dos míseros catadores de papel, os quais se acham em situação de verdadeiro abandono por parte dos governantes - sem apoio patronal, marginalizados e destituídos de todos os direitos sociais comuns à qualquer trabalhador, sendo que prestam um serviço de utilidade púbica dos mais importantes para toda a sociedade; são vítimas de uma exclusão perversa, embora auto-sustentáveis. Nada mais foi feito pelas autoridade para solucionar os problemas causados pelo aumento desenfreado da produção do lixo urbano, principalmente do orgânico, causador maior da poluição ambiental, e que vem aumentando assustadoramente, desafiando todos os poderes constituídos, não só no Brasil, mas em todo o mundo!
Será que não existe uma maneira de dar uma destinação criteriosa, inteligente, benéfica e definitiva para o problema do lixo orgânico?
Cremos que sim. Acesse o site: http://www.leigomaniafm11.com.br/ e verá!










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